As mulheres que fazem parte da memória da região dos Inhamuns constituem o tema da palestra que será realizada pela pesquisadora e secretária da Fundação Bernardo Feitosa/Museu Regional dos Inhamuns, Salete Vale, no dia 7 de março, a partir das 15h15, no auditório do IFCE de Tauá.

Salete compartilhará a pesquisa intitulada "Mulheres... Histórias... Memórias...", desenvolvida por ela em 2011, sobre mulheres que não estão registradas nos livros sobre a região, como costureiras, donas de casa, cozinheiras, prostitutas, empreendedoras, parteiras, professoras e líderes comunitárias, além daquelas que fazem parte da memória popular, consideradas loucas pela sociedade da época. "Eram mulheres já falecidas que tivessem trabalhado e contribuído de alguma forma com o desenvolvimento ou então que contassem a história de Tauá", explica a pesquisadora. O evento será aberto a toda a comunidade.

Projeto integrador
A palestra vai inaugurar o projeto interdisciplinar Mulheres nos Inhamuns: narrativas e silêncios, que será desenvolvido com os alunos do Ensino Integrado sob a orientação de professores de áreas diversas do campus. A proposta, de acordo com a professora Tatiane Barros, é incentivar a pesquisa e fazer com que os estudantes percebam como a história de mulheres da região pode apresentar novas formas de perceber o lugar, além de dar visibilidade à produção e à representação das mulheres. "A ideia é que a gente conte mais da história dos Inhamuns não necessariamente pela briga das grandes famílias, mas pelos feitos de algumas mulheres da região", destaca Tatiane.

Até o momento, fazem parte do projeto professores das disciplinas de Sociologia, História, Geografia, Filosofia, Artes e Projeto de Acompanhamento ao Aluno (PAA). A ideia inicial é formar grupos de alunos que farão uma pré-seleção de mulheres que considerem importantes. A partir das sugestões, serão escolhidas coletivamente aquelas cuja história será resgatada.

As disciplinas discutirão metodologias de pesquisa e a importância de falar sobre história de mulheres, feminismo e invisibilidades. Visitas de campo também estão programadas. Ao final, os estudantes deverão reunir o conteúdo pesquisado em produtos escolhidos e desenvolvidos por eles que serão apresentados na I Semana de Humanidades do campus, no mês de junho.

Por: Larissa Lima (Tauá)