VIII Artefatos da Cultura Negra discute racismo institucional
A programação abrange mesas-redondas, oficinas e minicursos no campus de Juazeiro
Publicada em 27/09/2017 ― Atualizada em 14 de Novembro de 2024 às 11:11

A abertura oficial do VIII Artefatos da Cultura Negra aconteceu hoje (27), no campus de Juazeiro, com a mesa-redonda sobre "Racismo Institucional, demandas sociais e discussões de gênero", formada pela professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Joselina da Silva, pela integrante do Coletivo Camaradas, Maria Renata dos Santos, e por Kátia Silva.
De acordo com a professora Joselina, o racismo institucional consiste na falha das instituições em prover serviços específicos que atendam as populações de uma forma realmente igualitária."Alguns grupos precisam de politicas institucionais voltadas pra eles. Esse tipo de racismo não tem rosto , muitas vezes um agente provoca o racismo porque não tinha formação exata para entender que aquilo era uma atitude de racismo", explica.
Ela aponta como estratégias para mudar esse panorama: trazer o conceito do racismo institucional à tona, pois no Brasil a temática ainda é pouco discutida; conscientizar a sociedade; denunciar, e também buscar a constituição de leis voltadas especificamente para a questão do racismo institucional."Esse racismo que está dentro do tecido social ainda é pouco tratado", destaca.
O diretor de ensino, professor Paulo Sérgio do Nascimento, salientou que o evento ocorre em um momento peculiar na história do país, e embora hajam dificuldades é fundamental resistir, continuar lutando. "Esperamos que essas reflexões ensinem todos a enxergar o mundo de uma forma mais ampla e clara", disse. O coordenador do Núcleo de investigação de grupos étnico-raciais (Niger) do campus de Juazeiro, Luciano Carvalho, lembrou que hoje existem muitas pessoas que abraçaram essa bandeira da igualdade dentro do IFCE.
A coordenadora-geral do evento, professora Cícera Nunes, lembrou que a luta contra o racismo deve persistir todos os dias. "Esperamos que as discussões se reflitam no cotidiano dentro dessas instituições que dialogam sobre a temática e se envolvem grande projeto que é o Artefatos", concluiu.
Ontem (26) a professora do Instituto Federal do Bahia (IFBA), Joelma Santos, tratou sobre a Inserção de conteúdos étnico-raciais no currículo de formação de professores de inglês considerando as culturas das comunidades de matriz africana falantes desse idioma no mundo. O "Artefatos da Cultura Negra" é realizado pela Universidade Regional do Cariri (URCA), Instituto Federal do Ceará (IFCE), Universidade Federal do Cariri (UFCA) e pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec).
Sheyla Graziela - campus de Juazeiro