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Roda de conversa comemora Dia de África no campus Juazeiro

Participaram estudantes de outras escolas da região do Cariri

Publicada em 25/05/2022 Atualizada em 14 de Novembro de 2024 às 11:12

Hoje é o Dia de África, data que comemora o aniversário da fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), hoje conhecida como União Africana, que nasceu da luta de países africanos pela independência. Em 25 de maio de 1963, representantes de 30 nações africanas foram recebidos em Adis Abeba por Sua Majestade Imperial Hailé Selassié I, imperador da Etiópia e último governante da dinastia salomônica.

Para celebrar a data, aconteceu ontem (24) no auditório Kariris do IFCE - campus Juazeiro a roda de conversa “Todo dia é dia de África”, mediada pelo professor Givaldo Pereira. O docente explica que a conexão entre o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) e outras escolas de educação básica da cidade nesse momento representa essa união afro-brasileira que reflete nas heranças históricas e culturais africanas, sendo importantes para a construção da identidade e por uma educação antirracista. “Educação antirracista é criarmos estratégias sociais coletivas educacionais para combatermos o racismo e propagarmos a história da África que foi negada e toda a história afro-brasileira que foi negada nas instituições e nas nossas identidades étnicas, é essa construção nossa de casa até as instituições”, destaca.

Durante a roda de conversa foram trabalhados dois momentos de afro-convivência, a partir de textos do professor da UFC, Henrique Cunha Júnior, para discutir os desafios da implantação do ensino de história africana na escola e o significado do dia 13 de maio. “É um dia de luta, de resistência, primeiro vamos trabalhar em cima do conhecimento dessa história, para que a gente possa lutar sabendo o que está fazendo, porque sabemos que essa data emblemática não incluiu o povo negro em nada, o documento não disse para onde os negros iriam no campo do trabalho, na escola, na cultura, e isso se reflete no racismo”, disse.

Givaldo explica que os avanços são tímidos, pois ainda estão no sentido de obrigatoriedade da lei 10.639, que incluiu no currículo oficial da rede de ensino a temática História e Cultura Afro-Brasileira, mas ainda precisa ir além das disciplinas de história e artes. “Um encontro como este gestado com o Neabi, o ensino médio e outras escolas da cidade, inclusive com a presença de uma que incluiu no seu currículo uma disciplina sobre diversidade étnico-racial, já é uma ação nesse sentido, de trabalhar essa memória e cultura, na perspectiva da construção de identidade”, salienta.