Adriano Galvão de Santana cursa o décimo semestre do curso de engenharia ambiental no IFCE - campus Juazeiro e durante a pandemia resolveu aliar a paixão pelos orgânicos e o interesse por vendas para tornar-se um empreendedor. "Para muitos estava ficando louco, mas já tinha perdido o medo de ter um lugar físico para receber meus clientes e mostrar que sonhar e tornar esse sonho real é possível em meio a tantos desafios", diz.

Com o pai agricultor Galvão aprendeu sobre plantação e cultivo. Então, começou a vender boldo em saquinhos de papel à rede de contatos que tinha no IFCE: alunos, professores, técnicos administrativos e colaboradores tornaram-se clientes. Assim, o estudante começou a trabalhar com orgânicos, vendendo legumes e verduras. As entregas eram feitas a pé ou de bicicleta. O negócio surgiu da necessidade de se tornar independente financeiramente e custear os gastos com transporte e alimentação.

Galvão foi selecionado como estagiário no projeto de extensão mandala, do time Enactus, e durante seis meses participou de cursos, minicursos, palestras e capacitações nessa área. Mandala é um sistema produtivo em formato circular destinado à agricultura familiar, cujas condições geralmente contam com pouco espaço e escassez de água.

Recentemente Galvão abriu uma loja física no centro de Juazeiro, onde vende orgânicos, chás, ervas, óleos, produtos biodegradáveis e sustentáveis. "Não utilizar embalagens plásticas é o meu maior desafio. A minha loja nasceu dentro do Instituto Federal, procurava a todo momento ter dicas dos meus professores, cursando sempre disciplinas relacionadas ao que eu já estava imaginando e planejando fazer", conta.

Ele explica que no início da pandemia foi complicado, pois ficou sem a produção dos orgânicos, começaram as aulas remotas e o celular tinha internet limitada. "Veio a oportunidade dos chips disponibilizados pela instituição e foi um certo alívio. Eu ficava entre aulas, trabalhos, apresentações de seminários e pensando como voltaria com meu negócio em meio a uma pandemia mundial. Depois de quase um ano de pequenas vendas consegui realizar o sonho de abrir minha bodega", diz.

Sheyla Graziela - campus  Juazeiro do Norte