Professora de Zootecnia publica em periódicos internacionais
Técnica pode ser utilizada para preservar material genético de espécies ameaçadas
Publicada em 18/09/2018 ― Atualizada em 14 de Novembro de 2024 às 13:34

A pesquisa de uma professora do curso de Zootecnia do IFCE está tendo destaque em periódicos de renome na comunidade internacional de ciência. Gabriela Liberalino Lima é uma das autoras do artigo "Vitrification of ovarian tissue of Brazilian North‐eastern donkeys (Equus asinus) using different cryoprotectants", que foi publicado recentemente no periódico Reproduction in domestic animals. O trabalho é desenvolvido pelo Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal, na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), em um grupo de estudos vinculado à Universidade Estadual do Ceará (Uece).
A pesquisa tem o objetivo de aumentar o potencial reprodutivo da fêmea do jumento-nativo por meio da biotécnica de ovário artificial. Atualmente com os machos pode ser feito o processo de inseminação artificial e com as fêmeas o processo é inovador, como explica a professora: "Com as fêmeas a gente ainda não tem uma biotécnica capaz de potencializar essa reprodução. A fêmea nasce já com um número limitado de gametas, que a gente chama de oocitos, popularmente conhecida como óvulo. A fêmea nasce com um número x e durante a vida dela esses oocitos vão tentando ovular e nem todos vão conseguir. O restante que tentou e não conseguiu vai morrer, assim a fêmea só vai perdendo o seu material genético. Então a biotécnica de ovário artificial consiste em resgatar os oocitos desse ambiente ovariano e fazer com que a maioria deles chegue ao processo de ovulação, só que de maneira artificial."
O trabalho é desenvolvido com o processo de vitrificação, sendo uma forma de armazenar material genético de espécies que estão ameaçadas de extinção. Segundo Gabriela,"esse mesmo trabalho a gente já desenvolveu em outras espécies que estão diminuindo no bioma da caatinga, como o cateto, cutias e em preás. A gente desenvolveu a adaptação dessa biotécnica para essas espécies e deu muito certo".
A diminuição da raça do jumento-nativo, endêmico do Cariri, é um dos principais motivos para a realização do trabalho, que atualmente está contando com o Laboratório de Biotecnologia da Reprodução no IFCE do Crato. Com o avanço da pesquisa será possível utilizá-la como modelo experimental para espécies que estão criticamente ameaçadas na região.
Confira outros artigos sobre a pesquisa:
Por Mirna Andrade (estagiária de jornalismo)