“Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”, disse o diretor-geral do campus de Crateús, Aglodualdo Junior, citando o escritor russo Leon Tolstói, ao realizar a abertura do Universo IFCE, evento que marca o início das comemorações dos 8 anos do IFCE em Crateús. Com o tema “Perspectivas de uma Instituição Pluricurricular para o Desenvolvimento Regional”, o evento foi realizado ontem, 5 de novembro, às 19 horas, com mesa redonda com os professores Paula Cristina, Vilmar Ferreira de Souza e Avelar Macedo.

Para o Aglodualdo Junior, é missão do Instituto a promoção da transformação social por meio da oferta de educação pública, profissional, inclusiva e de qualidade. O professor lembrar que o evento, em sua quarta edição, tem o intuito de ampliar o conhecimento da sociedade acerca das ações e cursos oferecidos pelo IFCE, bem como aproximar a comunidade da instituição e fortalecer parcerias com escolas e outras entidades da sociedade civil.

 A professora Paula Cristina Soares Beserra afirmou que a instalação do Instituto Federal em Crateús promoveu profundas transformações na realidade do município e das cidades da região. “O IFCE campus de Crateús é, sim, um divisor de águas para nossa região”, defendeu a professora. Paula Cristina realizou um histórico da Rede Federal de Educação, retrocedendo até a promulgação da Constituição brasileira de 1891, que estabelecia como obrigação da União os ensinos secundário e superior e, em 1909, a implementação das Escolas de Aprendizes Artífices, pelo então presidente Nilo Peçanha. “Acho importante realizar retrospectiva, na questão da memória e da identidade, para sabermos de onde viemos, onde estamos e termos mais poder para pensar onde queremos chegar”, avalia.

O professor Vilmar Ferreira de Souza, coordenador do curso de Letras, seguiu a linha de raciocínio da professora Paula Cristina e apresentou um histórico da pesquisa científica na sociedade ocidental, na figura histórica de René Descartes, filósofo francês considerado o fundador do pensamento moderno. “Quando falamos de pesquisa no ocidente, estamos falando de 400 anos de desenvolvimento”, disse o professor, ressaltando que se trata de um período relativamente curto em comparação à história da humanidade. Vilmar traçou um paralelo com a pesquisa desenvolvida no âmbito dos Institutos Federais, que vêm sendo desenvolvidas somente há dez anos. “Antes disso havia produção de pesquisa, mas não de forma sistematizada e institucionalizada”, informa. O professor apresentou também dados que demonstram a evolução do desenvolvimento da pesquisa no campus de Crateús.

 O coordenador do curso de Geografia, Antônio Avelar Macedo, destacou as mudanças promovidas no bairro dos Venâncios, onde o IFCE está localizado em Crateús, em virtude da instalação do campus. “Era o bairro das residências menos valorizadas, era o terceiro bairro em população e o primeiro em violência”, conta. Ele relata que a comunidade foi urbanizada e totalmente modificada, não apenas do entorno do campus e do município, mas da região. Para ele, a Extensão tem um papel fundamental nesse processo: “A extensão começa onde o Ensino chega. A extensão começa onde a Pesquisa é realizada. Com esse tripé, conseguimos dar uma sustentação à educação como nunca foi dada”. Para o professor, a extensão estabelece um elo entre a instituição e a comunidade, que tem acesso ao conhecimento produzido no campus e seus benefícios.

 EXPOSIÇÃO MEMÓRIAS

 Ao longo de toda a semana, também está disponível na entrada do campus a Exposição Memórias: O Espaço Produzido Em Crateús. A mostra tem como objetivo promover a análise crítica sobre os diversos atores, eventos e políticas públicas consideradas como marco na história de Crateús, acarretando consigo nas principais transformações socioespaciais no município e redondezas. Além disso, propõe-se a busca pela identidade étnica e cultural.

 Programação do IV Universo IFCE: https://bit.ly/2Q7eUUb

 Mais informações sobre a comemoração de 8 anos do IFCE campus de Crateús: https://bit.ly/2AAp4XQ