As bases para a conscientização sobre a diversidade sexual ganharam um reforço pioneiro no campus de Crateús. Trata-se da Comissão de Diversidade Sexual, Gênero e Enfrentamento da LGBTfobia, formada por alunos, professores e técnicos do Instituto, oficializada no dia 31 de julho.

A iniciativa tem como objetivo garantir o acesso, a permanência e o êxito de estudantes LGBTQI's (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers e Intersexuais). Além disso, visa promover o amplo debate sobre a temática, a produção acadêmica e a formação de servidores e discentes do campus e das demais instituições de ensino de Crateús, por meio de ações de extensão.

Para a professora Jenniffer Dantas, presidente da Comissão, num cenário no qual os termos gênero e orientação sexual estão quase virando palavras proibidas e que, na própria Base Nacional Comum Curricular (BNCC), isso já vai tomando forma, é necessário criar mecanismos de resistência e de embate. “Precisamos mostrar que estes estudantes existem e que a LGBTfobia é uma realidade nas escolas e demais instituições de ensino, o que muitas vezes resulta em evasão e no medo de permanecer nessas instituições”, salienta.

Essa situação adversa motivou o estudante Anderson Silva a ingressar na comissão como um dos representantes do segmento discente, visando à luta por melhores condições para o desenvolvimento acadêmico e por mais visibilidade ao público LGBT. “Ter uma comissão que reivindique certas posições é muito importante para a educação de forma ampla e principalmente para o público LGBT que vem sofrendo e sofre diariamente com as questões de preconceito e de invisibilidade”.

Quando da formação da comissão, uma das primeiras ações foi a elaboração de uma carta para os candidatos à Diretoria do campus, haja vista o processo eleitoral em andamento. No documento, dentre outras reivindicações, são solicitadas a inserção de eventos acerca da temática LGBT no calendário letivo; modificação dos PUDs dos cursos, visando abordar temas transversais; e atividades de formação para alunos e servidores.

Um dos primeiros eventos propostos pela comissão consiste numa mostra de filmes curta-metragens, oficinas e debates acerca da temática no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29 de agosto).