Cedro realiza seminário em homenagem a Libras
Evento ocorreu no auditório do campus
Publicada em 25/04/2019 ― Atualizada em 14 de Novembro de 2024 às 13:58

A porta do auditório do campus do Cedro estava colorida com balões verdes para saudar os participantes do I Seminário em Comemoração ao Dia Nacional da Libras. O evento, idealizado pela professora Sibele Maria Souza, é alusivo à data da publicação da Lei 10.436, de 24 de abril de 2002.Na platéia, profissionais e estudantes de Icó, de Iguatu, de Cedro, de Lavras da Mangabeira e de Várzea Alegre.
A professora Roberta da Silva, em nome da gestão do campus, declarou que a luta da comunidade surda precisa ser partilhada e que existem limitações na comunicação da Libras. “Se a gente tiver o mínimo de respeito ao outro nos espaços de educação, a gente vai conseguir construir espaços de inclusão,se assim a gente desejar”, disse.
“É a segunda língua oficial do Brasil?”, indagou aos presentes o professor Ricardo Oliveira Barros Filho, da Universidade Regional do Cariri. Segundo o docente, embora exista a Lei estabeleça que a Libras é o instrumento legal da comunidade surda para a comunicação, falta oficializá-la para que a língua seja ensinada em todos os níveis. “Não se fala em programa bilíngue para ensinar Libras para crianças”, comentou ao citar que existe procedimento para o ensino de língua inglesa nas escolas.
Também docente da Urca, o professor Mardônio dos Santos Aguiar, o qual é o surdo, discutiu a inclusão social, destacando as dificuldades por que passam os surdos em diversas situações da vida. A Secretária da Associação dos Surdos de Iguatu, Antonia Thalita Gonçalves, que também é surda, contou a experiência que passou em creche e em escolas na infância, quando sofreu com a falta de interpréte de Libras. No Ensino Médio, Thalita pode contar com o profissional que ajudar a entender os conteúdos da aula.
Na parte final,cinco alunas da segunda turma do curso de Libras contaram seus depoimentos ao público e as estudantes Simone Nunes, Cíntia Mineu, Manuela de Araujo e Ismênia de Lima, também da segunda turma encenaram “ Os três porquinhos” em Libras.
Pedro Egleti de Souza, aluno do 1º semestre do integrado de Mecânica, é surdo e com a ajuda da interprete Fabiana Pereira da Silva, disse que em função da comunidade dos surdos ser pequena e a dos ouvintes ser muito grande,ainda há uma exclusão e preconceito. Na opinião do jovem, é importante que os ouvintes queiram aprender a língua de sinais, pois os surdos se sentem sozinhos muitas vezes e a comunicação limita-se a gestos.
Quem também participou do Seminário foi a professora da rede municipal de Cedro, Ana Cláudia Nascimento. A docente considerou o evento como maravilhoso e que se abriu um leque de chances para que a Libras seja difundida. “Uma excelente oportunidade para o município da divulgação da língua de sinais”, declarou.
A professora Sibele Souza, com a interpretação da aluna Ismênia de Lima, agradeceu a participação das turmas do curso de extensão na organização do evento, aos interpretes, à presença dos palestrantes. A docente defendeu a união de ouvintes e de surdos pelo ensino de Libras.