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NEABI inicia atividades em Canindé

Núcleo se reuniu pela primeira vez no Dia da Consciência Negra

Publicada em 29/11/2018 Atualizada em 14 de Novembro de 2024 às 16:31

No Dia da Consciência Negra (20), o campus de Canindé deu um importante passo de inclusão e diversidade étnico-racial e promoveu a primeira reunião do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) local. Com a implantação da nova unidade, os NEABIs já se fazem presentes em 18 campi do Instituto Federal do Ceará em todo o Estado.

O encontro inicial contou com a presença de cerca de vinte pessoas, dentre servidores e estudantes. O estudante da licenciatura em Teatro da UFC Willame Júnior realizou a intervenção artística Pedagoginga, performance que potencializou o entrelaçamento dos relatos dos presentes.  A próxima reunião, agendada para às 12h30 do dia 5 de dezembro no Laboratório de Eventos, pretende eleger os integrantes para coordenação do grupo.

Os NEABIs integram um conjunto de políticas afirmativas no campo educacional ligadas ao cumprimento das leis federais nº10.639/2003 e nº 11.645/2008, que completaram em 2018 15 e 10 anos de existência, respectivamente, e tornaram obrigatório o ensino de História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígenas em toda rede nacional. O objetivo é contribuir para a promoção da equidade racial e dos direitos humanos, tendo como perspectiva a superação do racismo e de outras formas de discriminações, bem como a ampliação e a consolidação da cidadania e dos direitos das populações negras e indígenas.

Democratização e política de cotas

Uma demanda fundamental para a implantação do núcleo no campus Canindé, de acordo com o técnico em assuntos educacionais e integrante do NEABI, André Magri, é a mudança do público estudantil a partir da democratização do acesso aos espaços educacionais através da política de cotas raciais. “Isso pede que a instituição se reoriente e se reposicione para receber e incluir de fato. Ter direito ao banco escolar é apenas parte da inclusão, mas a partir da entrada surgem uma série de outras interrogações que o NEABI ajuda a dar prosseguimento. Os currículos adotados na escola garantem que esses meninos possam se enxergar e se perceber? Eles conhecem a própria história? Têm acesso à literatura de autoria negra ou indígena?”, explica o servidor.

“O processo de expansão e de democratização do ensino não foi só geográfico. De fato, a educação superior com os Institutos Federais tem chegado a parcelas da população historicamente marginalizadas”, afirma a assistente social e articuladora do NEABI em Canindé, Mayara de Medeiros. Ela destaca como exemplos Ivanir Paz, aluna indígena do curso de Redes de Computadores, e Ana Maria Costa, estudante quilombola da licenciatura em Matemática, ambas as primeiras de suas famílias a ingressarem no nível superior.

Vale ressaltar que o NEABI se propõe como uma frente institucional pensada não somente aos alunos, mas que também se estende aos servidores e é um braço forte para relações com a comunidade externa ao campus Canindé, porque o núcleo está ligado às políticas de extensão do IFCE.