Um vídeo postado numa rede social foi o que bastou para transformar a vida de Ana Júlia Tavares. Aos 20 anos, a estudante do terceiro semestre do curso de Educação Física do campus de Canindé do Instituto Federal do Ceará foi contratada para o time de futsal feminino de Londrina, no Paraná.

“O administrador do perfil [de uma página que posta vídeos de futsal] solicitou vídeos de jogadas e currículo com títulos conquistados. Ele questionou se eu tinha interesse em jogar profissionalmente em outro estado, apresentou para a equipe meu material, eles gostaram e logo entraram em contato”, conta Ana Júlia. 

O Londrina Futsal Feminino é a primeira experiência profissional da atleta, mas a relação com o esporte já é antiga. Ana Júlia começou a jogar aos oito anos nas aulas de Educação Física da escola e nos torneios interclasses. “Minha relação com o futsal se desenvolveu buscando espaços para correr com a bola no pé, buscar chutar bolas ao gol, querendo de alguma formar fazer aquilo que estava me trazendo uma imensa felicidade”, lembra. 

“Então me mantive montando equipes para participar de jogos escolares, me lesionando, pensando que não poderia mais jogar, passando por recuperações, me adaptando para jogar com a perna não dominante para que permanecesse sendo atleta, mudando de cidade para aproveitar minha última oportunidade nos Jogos Escolares da Juventude e conquistando diversos títulos até a categoria sub-20”, conta. No currículo, Ana Júlia traz os títulos de Campeã dos Jogos Escolares do Ceará 12-14 anos em 2015, Campeã dos Jogos Escolares do Ceará 15-17 em 2018, Campeã Cearense Sub-20 em 2018 e Vice em 2019.

EDUCAÇÃO FÍSICA

Tamanha paixão pelo futsal levou a estudante a escolher Educação Física como graduação no IFCE. “Os ideais que conquistei no esporte, junto aos professores que me orientaram enquanto atleta foram os determinantes para a minha decisão de também querer formar atletas, querer ajudar as pessoas a cuidarem da saúde, a viverem superações e serem resilientes”, explica.

Apesar da contratação para o time sulista, Ana Júlia ainda não se mudou para o Paraná devido ao pico de crescimento de casos de COVID-19. “A equipe pretende cultivar minha saúde, evitando esse deslocamento no momento. Os treinos estão sendo em casa mesmo”, afirma a atleta. Quanto à graduação, a estudante aponta que o atual ensino remoto permite que ela continue sua formação superior mesmo quando a mudança para outra região se efetivar. “Decidi aproveitar a oportunidade e viver essa experiência de um ano, irei administrar da melhor forma e buscar o melhor meio para conciliar minha carreira e meus estudos”, conclui.

Andressa Souza – campus Canindé